domingo, 30 de agosto de 2009

Je suis raté. Oublié . Depuis aujourd'hui, j'ai découvré qu'il ne faut plus insister. Rien n'importe plus. Rien ne fait aucune différence. C'est tout comme ça, quand même. Suis-je foutou? Nous le sommes, tous. Tout ça ne veut rien dire. Tout ça ne fait aucune différence. Si on est vif ou mort il n'importe pas. À la fin, tout deviendra la même chose: une portion des choses qui non été pas vécues, des sentiments sans raison, des volontés jamais achévées...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quoi?

O que é isso que você quer? O que são essas? Aparências a que me prendo? E você? O que pretende? Sabe mesmo o que quer? Quer o que quer? Ou sou eu que penso? Sabe o que seria se fosse? Sabe dos riscos, das incertezas, dos quantos, dos poréns, dos comos, dos? Se sabes, diga, e caem as máscaras, e caem as aparências.

But it shall be my way, or the highway.
I've seen the needle and the damage done, a little part of it in everyone, but every junky is like a setting sun.

Palavrosidades

Calei-me. Fundo. Volta tudo. Em palavrosidades mudas. Fechei por um instante os olhos para o redor. Abri e vi o quanto tudo mudou permanecendo exatamente como estava. No fim, percebe-se que não vale a pena valer a pena. Fudido está o quem fudido está. Então.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sobre o ofício do escritor (parodiando [?] Schopenhauer)

Bom, considerando que essa merda aqui tem fugido do seu propósito, resolvo jogar aqui mais uma reflexão, breve, simplória, óbvia, tão inútil e dispensável quanto você.

Como disse, breve. Nada de ensaios pomposos, rebuscados, querendo convencer. Não.

O ofício do escritor é dizer o idiotamente evidente que alguns se recusam a ver e outros acreditam, levianamente, saber. No fim, estão todos no mesmo buraco. Dessa forma, denunciando, ou melhor, expondo, certas peculiaridades dessa coisa "humana", assume o escritor uma posição deveras curiosa, se não supérflua. Vive-se bem sem ele. E, no fim das contas, aquele que de fato toma para si algum propósito que não o de angariar fundos em proveito próprio (estes sim seriam dignos de aplausos e méritos), nada mais é que um coitado que passa por aqui sem ser notado, debate-se um pouco, fala-se um tanto dele depois que se foi, and then is heard no more. Lembrei-me agora do monólogo de Shakespeare em que o dito bardo fala do ator. Dá no mesmo. Procurem e concordem comigo. Colocando-se, por ora, na posição de expor mazelas e hipocrisias, torna-se o escritor, e portanto muitíssimo mais o aspirante, um hipócrita ele mesmo. Supérfluo, óbvio, patético.

Forgive them, Father, for they know not what they do.

Nem eu. Enfim.

domingo, 31 de maio de 2009

Pois

Nada do que deve ser dito vale a pena dizer. No fim, é inútil.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Est-ce qu'il revient. Et il n'y a rien à dire.

De repente, nada. Je manque. Tu le sais. Je manque. Cosa posso fare? Niente. Estou caminhando, como disse, à roda de mim mesmo. Esquecido de tudo. Oublié. Dimenticato. De que adiantam tantas palavras se não há mais o que dizer? Se dizer não é mais preciso? Se de repente tudo se esvazia de significado e cai num antro de veleidades, revoltas, futilidades, vontades inúteis. Se nada faz sentido, cosa fare? A cada vez que olho, há algo novo, mas que nunca deixou de estar ali. Brinquedos novos, que logo perdem o interesse, porque tudo é fútil, efêmero tudo. Como isso aqui.

Nada importa, nada faz diferença, nada interessa. Nada, Nadie, Niente.

terça-feira, 31 de março de 2009

L'écrivain raté

Il a oublié. Il ne sait plus écrire. Il ne pense plus. Tout est changé. Maintenant, il vit comme les autres, sans aucun autre souci que ne soit il même. Est-il hereux? Il ne sait pas. Il ne veut pas savoir. Pour lui, tant pis. "Rien ne va changer", pense-t-il. "Non. Il ne faut plus penser. Comme il ne faut plus sentir. Tout a, enfin, le même goût. Je le sais". Savait-il?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Só vim aqui xingar. Tô puto. Quero que tudo vá à merda. To cansado dessa porra. Só tô me fudendo cada vez mais. Só sinto mais dores. Só me drogo cada vez mais. Só vegeto cada vez mais. Não consigo mais pensar. Não consigo mais escrever. Não consigo mais pintar. Nem consigo mais ler. Logo não vou mais conseguir tocar. Aí acabou. Pra quê? Se ainda sinto todo puto dia essas porras dessas dores? Dá vontade de dar um chute na cara do primeiro mais fudido que eu que aparecer na minha frente. Parece que isso ainda me daria algum prazer. A desgraça alheia.

terça-feira, 3 de março de 2009

Coube aqui, o que sempre. Círculos. Resta o resto, sem o quê. Adiantar, adiantado está. Mas não adianta. Cansa-se logo e pois, enfim, para-se. Círculos e mais círculos. Um sem-fim de círculos concêntricos. Sem comunicação entre si. Sem razão. Razão. Rasa. Rasga. Rasta. Puta que pariu. Foda-se.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Para não esquecer

Existem para lembrar, as palavras. Mas num instante breve de ócio, de retiro das multitudes orgásmicas que se divertem em meio a vazios, percebi que as palavras, sozinhas, parecem não me bastar, ou bastarem a si mesmas, e aí tentei dar a elas outras dimensões, pictóricas, musicais, dimensões que são ecos de si mesmas, sempre, como se martelasse incessantemente a mesma tecla do piano, como se o sol fosse a única nota em torno da qual todas giram, cada uma a seu modo, e então percebi profundidades virgens até então, que agora começo a preencher com o que me vem sem que eu peça, sem que eu queira, mas que vem, assim, simplesmente, como se já estivesse já, e talvez já esteja, ou já tenha estado desde sempre, e talvez eu tenha tão simplesmente aberto mais uma porta de um corredor sem fim com suas portas que se seguem sem fim uma ao lado da outra, esperando para serem abertas, cada uma com o seu segredo, cada uma com a sua surpresa, mas até quando?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

De repente descobriu que não adianta falar sobre. É preciso ver para ver.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Como é?

Andei pensando comigo mesmo sobre questões sem importância alguma, como pensar, por exemplo. Já cansei de sentir vontade de mantar tudo e todos à merda, à puta que os pariu, já cansei de mandar todos à merda e à puta que os pariu porque percebi que estamos todos na merda, e de repente a merda não é tão merda assim, nem a puta tão puta, nem talvez tenhamos sido paridos ainda ou sei lá. Já me fudi muito, tanto que nem sei se me fudi mesmo, ou se fudi com alguém, mas, quer saber?, foda-se, isso não me diz mais respeito. Estou assim agora, assim. E pronto. Não tenho mais tempo para essas merdas, essas putarias todas que não levam à nada porque no fim das contas somos todos um filhos de puta cegos que acham que sabem de alguma coisa e depois morrem e não fazem a menor diferença e mesmo aqueles que ficam lembrados por algumas décadas depois de mortos por terem feito alguma coisa que alguns otários acham que tem algum valor não passaram também eles de filhos de puta cegos que teriam feito um melhor serviço se tivessem ficados calados porque pelo menos assim não teriam iludido ninguém achando que vale a pena pensar a respeito de alguma coisa. E sabe a razão de escrever isso aqui? É saber que isso aqui não vai fazer diferença nenhuma nem pra mim nem pra ninguém, e que tudo vai continuar a mesma coisa de sempre, sem mais, nem menos, embora relutemos como idiotas e pensemos que “ah, uma hora vai mudar”. Vai nada…

 

post-scriptum: se não gostou, foda-se.

 

[Este é um texto de ficção. Qualquer semelhança entre ele e a realidade de quem escreve ou lê é mera coincidência.]

sábado, 31 de janeiro de 2009

ἄνθρωπος

O primeiro problema foi saber saber-se. O resto não importava. Isso era o bastante. Em seguida, abrir os olhos, e ver o teto, branco, de uma brancura incrivelmente branca, reforçada pela luz que entrava timidamente pela janela entreaberta, atravessando a cortina que não fora bem fechada na noite passada. E o ar. Quente, que entrava sem pedir licença, querendo renovar o ar viciado que resistia ali.

De olhos abertos, olhou para si mesmo, e viu que era. Mesmo que não entendesse bem o que era ser, assim, tão. Acordava lentamente para si mesmo, como se nunca antes tivesse sido. Depois, sentado à beira de algo que não conhecia, olhou ao redor, e viu panos marrons que o cobriram, antes que fosse.

Aos poucos, levantou-se. Nu. De todo nu. Completamente nu. Absurdamente nu. De roupas. De palavras. De pensamentos. Tão nu que a nudez não poderia fazer diferença. Tão nu que nada poderia fazer diferença, pois a diferença deve estar na roupagem das coisas. Não se sabe.

De pé, olhou ao redor sem compreender. Mas compreender ainda não constituíra problema. Não importava onde, nem quando, nem o quê. Mas como. Não que entendesse ser essa a questão. Tudo não passava de impressões vagas, incômodos interiores, inquietações incompreendidas.

Olhou, depois, para si mesmo. E descobriu-se. Viu que era, embora não entendesse o que significasse ser, nem o que deveria fazer com isso. E em razão deste não saber decidiu caminhar. E o fez. Até a porta, primeiramente, e dali em diante, sem compreender, sem saber o que pensar por não saber pensar. Até o instante em que falou.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

...

Refletir o propósito. Não de quê. De. Assim. Sem menos. Nem mais. É refletir a falta. Ausência. Melhor: Recorrência. Tramas entrelaçadas. Novelos, novelas. A palavra é dura. Os planos não são levados adiante. Desencontros desencontrados. Alheio. Como pensar, se nem pensado fui? A cobra engole a própria cauda. Pois.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

[Off topic] Algo que deu vontade de compartilhar


Alguns poucos sabem do meu interesse pelo trabalho de uma banda francesa – TRYO - de carreira consideravelmente recente (apenas quatro discos de estúdio) que vem fazendo um trabalho digno de nota pela originalidade, pela inventividade, pela musicalidade, pela poesia, pelo aparente engajamento social (não que este último importe; para mim não, pelo menos). Quis dar minha contribuição e divulgar melhor o trabalho deles, e para isso me dei o trabalho de traduzir (toscamente, diga-se) a letra de uma das músicas que mais me agradou do último álbum do grupo francês, Ce que l'on sème. A música é a de baixo, Toi et moi. Aqui está o vídeo. Logo abaixo, a letra em francês (para os que podem acompanhá-la no original) e minha tradução (para os eventuais curiosos). Prestem atenção ao vídeo. Ele não está aí à toa. Como o canal do próprio Tryo me impede de incorporar o vídeo à página, deixo somente o link:


http://br.youtube.com/watch?v=8HUro_12K00&feature=related

TOI ET MOI

Ce matin, 3000 licenciés, grève des sapeurs pompiers,
Embouteillage et pollution pour paris agglomération.
Ce matin, l'Abbé Pierre est mort, on l'enterre sur TF1,
2 clochards retrouvés morts près du canal St Martin.
Ce matin, le CAC va de l'avant, 2 soldats de moins pour l'occident,
10 civiles de tués à Bagdad dans les bras sanglants des Giads.

Toi et moi, dans tout ça, on n'apparait pas,
On se contente d'être là, on s'aime et puis voilà on s'aime.

Ce matin, menace de grippe aviaire, trop de fascisme en Baviaire,
L’Iran travaille au nucléaire et Areva squatte le Niger.
Ce matin, rapport sur le climat, il ne survivrait que les rats,
Fonte des glaces en Alaska et grosses chaleurs en Angola.

Toi et moi, dans tout ça, on n'apparait pas,
On se contente d'être là, on s'aime et puis voilà on s'aime.
Toi et moi dans le temps, au milieu de nos enfants,
Plus personne, plus de gens,
Plus de vent, on s'aime
Ce matin

Ce matin, pendaison de Saddam, l'ONU crie au scandale,
Le Tibet se meurt sous les balles, d'une Chine qui fait son capital.

Toi et moi, dans tout ça, on n'apparait pas,
On se contente d'être là, on s'aime et puis voilà on s'aime.
Toi et moi dans le temps, au milieu de nos enfants,
Plus personne, plus de gens,
Plus de vent, on s'aime

Ce matin, il fait presque beau, ça tombe bien je me suis levé tôt
Avec le coq et les oiseaux sans journaux et sans météo.
Ce matin, j'attaque un autre jour,
Avec toi mon amour cette journée durera toujours
On n'en fera jamais le tour

Toi et moi, dans tout ça, on n'apparait pas,
On se contente d'être là, on s'aime et puis voilà on s'aime.
Toi et moi dans le temps, au milieu de nos enfants,
Plus personne, plus de gens,
Plus de vent, on s'aime.



VOCÊ E EU

Hoje de manhã, 3000 libertados, greve de bombeiros
Engarrafamento e poluição para Paris aglomeração
Hoje de manhã, o Abade Pierre morreu, seu enterro passa na TF1
2 vagabundos encontrados mortos perto do canal de St. Martin.
Hoje de manhã, o CAC avança, 2 soldados a menos para o ocidente
10 civis mortos em Bagdá nos braços ensangüentados dos Giads.

Você e eu, em meio a isso tudo, não aparecemos,
Estamos felizes por estar aqui, nos amamos e depois nos amamos.

Hoje de manhã, ameaça de gripe aviária, facismo demais na Bavária,
O Iran prossegue com seu projeto nuclear e AREVA ocupa o Níger
Hoje de manhã, reportagem sobre o clima, só os ratos sobreviverão,
Fontes de gelo no Alasca e fortes calores em Angola

Você e eu, em meio a tudo isso, não aparecemos,
Estamos felizes por estar aqui, nos amamos e depois nos amamos.
Você e eu em meio ao tempo, rodeados de nossas crianças,
Mais ninguém, sem pessoas,
Sem vento, nos amamos,
Hoje de manhã

Hoje de manhã, enforcamento de Saddam, a ONU denuncia o escândalo
O Tibet se mata sob as balas, de uma China que monta seu capital.

Você e eu, em meio a tudo isso, não aparecemos,
Estamos felizes por estar aqui, nos amamos e depois nos amamos.
Você e eu em meio ao tempo, rodeados de nossas crianças,
Mais ninguém, sem pessoas,
Sem vento, nos amamos

Hoje de manhã, o tempo está quase bom, isso cai bem, me levantei cedo
Com o galo e os pássaros sem jornal e sem previsão do tempo
Hoje de manhã, enfrento um outro dia
Com você meu amor este dia durará para sempre
Não o terminaremos jamais.

Você e eu, em meio a tudo isso, não aparecemos,
Estamos felizes por estar aqui, nos amamos e depois nos amamos.
Você e eu em meio ao tempo, rodeados de nossas crianças,
Mais ninguém, sem pessoas,
Sem vento, nos amamos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Once upon a time (again...)

Alguém bate na porta da sala. Levanto-me do sofá, indisposto, e vou ver quem é. Estranho o interfone não ter tocado antes. Deve ser algum vizinho inoportuno e imprudente. Abro a porta. É João. Não digo nada. Olho sério, simplesmente, para que ele perceba que eu não deveria ter sido incomodado. E aí? Tudo bem? Pergunta, como quem quer ignorar a minha indisposição. Sim, e afasto-me um pouco parar dar passagem para ele entrar. Não se fazendo de rogado, entra e senta no sofá da sala, justamente no meu lugar preferido. Caminho lentamente em direção a ele, depois de trancar a porta, e procuro outro canto para sentar. Penso na leitura que foi interrompida. Nada importante, mas preferia não ser interrompido. Sempre prefiro não ser interrompido. Ainda mais que não prestei atenção onde parei. Depois terei que buscar, e reler alguns trechos para descobrir onde estava. E então? Que tem feito de bom? Pergunta, mesmo sabendo que eu não fizera nada de novo, nada de diferente, nada além do que eu faria qualquer outro dia de férias que fosse. O de sempre, respondo. Vou num bar hoje com o pessoal, aqui perto. Sabe como é, sexta à noite, ninguém quer ficar em casa. Quer ir com a gente? Não sei. Não estou muito bem, não sei se quero sair hoje. Tem certeza? Tenho. Ok. Então eu já vou. Estão me esperando lá embaixo. Ele se levanta e vai sozinho até a porta. De onde estou, acompanho-o com os olhos. Abre a porta e sai, depois de um até outra hora. Encosta a porta lentamente em seguida, para não fazer barulho no corredor que costuma ecoar mesmo o menor dos ruídos. Volto para onde estava e pego meu livro. Busco as minhas páginas, mas elas não estão mais lá. Não há como continuar.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ce que l’on se rappele.

 

Estava sentado num banco, numa praça, olhando para uma rua vazia e umas casas fechadas ao redor. Tudo tão quieto. Janelas tão fechadas. Portas tão cerradas. Alguém chega e senta ao meu lado. Nem sempre foi assim, diz. Pessoas moravam aqui. Era tudo especialmente vivaz nas festas de fim de ano, com as férias, e as pessoas vindo de outros lugares para visitar, e andar, e serem felizes umas com as outras. As coisas mudaram. Ouvi sem dizer palavra. Calou-se por um instante e olhou ao redor, como eu fazia, como se olhasse para o passado. Sim, eu me lembro. Também estive aqui antes, respondi. Também eu me lembro o quanto tudo era vivaz, e leve, e espontâneo, e despreocupado, e o quanto nada parecia se importar com o que viria a ser. E isso é o que veio a ser. Jamais poderia imaginar que isso aconteceria. Que tudo estaria tão alheio, tão distante de mim. Que eu viesse a ficar tão distante de mim. E nesse momento me dei conta do que acabara de dizer. Estou distante de mim mesmo. Respondeu-me, então. A distância de que fala só existe em você. Você é o caminho de ida, você pode encontrar o caminho de volta, se ele ainda existir em você. Disse e se levantou, para não mais voltar, e então eu percebi que fitava o vazio.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Algumas palavras mais.

Sinto um certo cheiro no ar. Algo diferente. Não. É uma sensação, não um cheiro. Algo indefinível. É algo assim:__________! Pois é. Ires e vires. Caminhei com minhas próprias pernas por um tempo. Cheguei a cansar. Sentei-me. Pensei em dormir. Na calçada mesmo, como fosse, como estivesse. Mas não dormi. Sentei-me. E só. Olhei ao redor. Vi o que havia. Rodeei-me de presenças que se tornaram cada vez mais fantasmagóricas. De presenças que não preencheram nada. Mas pergunto a mim mesmo: deveriam preencher alguma coisa? Se deveriam, o que seria? E se isso devesse estar preenchido de si mesmo, e não de presenças? Eis que volto sempre ao mesmo ponto de partida, quando na verdade nem sei se volto pois nem sequer sei se saí dele. Penso estar andando em círculos, mas nem sei se saí do lugar, nem sei se estou ou estive andando. Acho que não. Acho que estive sentado esse tempo todo, olhando ao redor, permitindo que um ou outro sentasse ao meu lado em alguns momentos, quando eu queria, quando achava que era bom, trocava algumas palavras, e depois deixava que se levantasse e seguisse seu curso. Eu pareço ter permanecido aqui sentado. E agora começo a perceber que talvez nunca tenha querido sair daqui, afinal. Quando tudo perde o sentido, tudo passa a fazer sentido.