terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Quando o Passado bate à porta

Pois. Completamente inesperado. Intruso? Não diria. E eis que o que se acreditava serem só lembranças, tornam-se novamente palavras. A palavra, bem o sabem, o material de que todo Real é feito. Está na Bíblia. João, Capítulo I, versículo I. Já o citei aqui outras vezes. Distâncias físicas e temporais. E ainda assim, lá. Latente. Tento? É tudo uma questão de. Causa e efeito. Um acontecimento leva a outro, numa cadeia interminável (incontrolável?) de eventos que se sucedem. Aleatório? Randômico? Intencional? Só uma certeza: a década que passou. Ou mais. Como diz a letra, “mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...”. Pulo propositadamente uma estrofe, e passo à seguinte, que continua dizendo que “nada vai conseguir mudar o que ficou. Quando penso em alguém só penso em você. E aí, então, estamos bem...”. Estamos? Estou? O resto da letra não importa. Só quero isso mesmo. Palavras, Palavras, Palavras. Nada mais. Por enquanto. Como na letra. Por enquanto? Por quanto tempo será por enquanto? Gostava de me acreditar dono de tudo, Senhor de todas as decisões, da mínimas às mais importantes. Agora, impotente. Tudo acontece à minha revelia. Como disse antes, numa montanha-russa, sem freios, sem saber quando o passeio acaba. Se é que acaba.

 

Para todos, a música, na voz da queridíssima e falecida Cássia:

Nenhum comentário: