segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sobre o ofício do escritor (parodiando [?] Schopenhauer)

Bom, considerando que essa merda aqui tem fugido do seu propósito, resolvo jogar aqui mais uma reflexão, breve, simplória, óbvia, tão inútil e dispensável quanto você.

Como disse, breve. Nada de ensaios pomposos, rebuscados, querendo convencer. Não.

O ofício do escritor é dizer o idiotamente evidente que alguns se recusam a ver e outros acreditam, levianamente, saber. No fim, estão todos no mesmo buraco. Dessa forma, denunciando, ou melhor, expondo, certas peculiaridades dessa coisa "humana", assume o escritor uma posição deveras curiosa, se não supérflua. Vive-se bem sem ele. E, no fim das contas, aquele que de fato toma para si algum propósito que não o de angariar fundos em proveito próprio (estes sim seriam dignos de aplausos e méritos), nada mais é que um coitado que passa por aqui sem ser notado, debate-se um pouco, fala-se um tanto dele depois que se foi, and then is heard no more. Lembrei-me agora do monólogo de Shakespeare em que o dito bardo fala do ator. Dá no mesmo. Procurem e concordem comigo. Colocando-se, por ora, na posição de expor mazelas e hipocrisias, torna-se o escritor, e portanto muitíssimo mais o aspirante, um hipócrita ele mesmo. Supérfluo, óbvio, patético.

Forgive them, Father, for they know not what they do.

Nem eu. Enfim.

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