terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quando o assunto é a falta de assunto...

...percebe-se o quanto tudo se esvaziou. Silêncio. Sem carros na rua. Sem vozes na calçada. Grilos solitários, teimosos, ao longe. E o ruído das teclas, caótico, desarmonioso. Vez ou outra o ranger da cadeira. O que sobrou de tudo? Isso? Que é isso? A que ponto está isso? A que lugar isso leva? Preciso falar para não morrer. A morte é a palavra muda. A boca que não mais se abre. O pensamento que não mais. Preciso continuar isso aqui. Uma palavra após outra, como passos de uma caminhada sem rumo. Sem direção. Foi-se tudo. Acabaram-se os sonhos, as miragens, o Sol se pôs. Agora, um passo à frente do outro, olhando não para a frente, mas para o chão, pois à frente não há mais o que ver, além da linha do horizonte, ou a tela do computador. No momento, a única luz que me ilumina. É essa a conclusão a que se chega, quando o assunto é a falta de assunto.

Nenhum comentário: