terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sol nascente

A noite, escura. Todavia, como toda noite, acaba. E nasce um Sol. Que ilumina. Que esquenta. Que há de. Mas não ainda. É entremente nada mais que um sol nascente, ao longe, que se levanta, potentado, no horizonte, crepuscular. Raios rubros cortam o negro e frio vazio da escuridão de outrora. Enrubescido firmamento aos poucos. Firmamento cada vez mais firme. O mesmo firmamento que perdia aos poucos sua firmeza, e ameaçava desabar, temendo a noite infinda. Mas há um Sol. O Sol que poderá trazer calor e luz e vida, onde só havia o frio e escuridão e morte. Penso comigo, entretando: irá também este Sol se por? Quanto tempo durará sua volta? Mesmo sabendo que sou eu que giro ao redor dele, que Ele é o meu centro, pergunto-me por quanto tempo Ele estará próximo a mim.  Por quanto tempo me aquecerá, e me trará luz. Melhor não me perguntar. Antes fruir a presença do Sol, do que prantear a vinda do seu poente. O poente que, se trouxer fim, será o fim de um dia quente, cheio de vida.

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