domingo, 2 de novembro de 2008

Sobre o que escreve quem sente e sobre o que sente quem escreve

Que vem antes: idéia ou palavra? É, palavra, da idéia espelho? Do sentimento espelho? É, a palavra da idéia do sentimento, ou do sentimento da idéia, construto. Do mais, não mais. Se pensa ou sente, uma vez palavra, só palavra. Nada mais tem que. O que não quer dizer que não. Mas não se confundam. E entre a palavra que vai, e a que vem, há o vácuo. Preenchido por quem lê. Lê-se o que se sente. O que se sabe. O que se sabe saber, mesmo não sabendo. Uma vez escrito, foi-se. Fugiu. O que não quer dizer que não. Enfim, se no princípio era o Verbo (e não há equívocos tradutórios aí), também o será no durante e no depois. Portanto, vácuo. A palavra, enfim, única realidade que há. Nesse sentido, toda literatura: realista.

Mas eu quero mesmo é que os ismos se fodam.

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