quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Coup (de foudre?)

Dar-se conta. Reparar o (ir?)reparável. Querer o (im?)possível. Por que tantos círculos? Por que não a linha reta? Ou sequer tortuosa? Porque o homem, a dúvida de si mesmo. Porque no espelho embaçado nada mais que imagem turva. Porque vazio somente. Que se quer preencher.

Mas como? Se não há como envisager? Se tudo conspira contra? Shandy? Não. O Destino - se há - o grande irônico. Nesse sentido, Romeo and Juliet, um desastre. Tentativa malfadada. Nada é tão simples assim. Diria antes: Hamlet and Ophelia. Mas eu, Ophelia. Tudo grande demais. De mais a mais, retraio-me. Recolho-me. Escondo-me. Quisera a verborragia de Hugo. A perspicácia de Dr. Johnson. A serenidade de Emerson. O colossal de Goethe. A loucura de Blake. Ou de Hölderlin. A naïveté de Rousseau. A leveza de Voltaire. A amargura de Alceste (essa talvez tenha, a propósito). A irreverênica de Voltaire. A acidez de Molière. De Dante, a constância. De Boccaccio, o demiúrgico.

Mas não. Não me cabe tanto. Sou apenas homem. Não cabe tanto em um homem. Nem numa representação divina. Não. E assim, como homem, deve ser. Nada mais. Nada menos. Sendo assim, melhor não querer nada. Melhor recolher-se. Resignar-se. Aceitar.

Nenhum comentário: