terça-feira, 21 de outubro de 2008

O que se lê quando se lê.

Leio palavras. Nelas, algo que busco. Um indício de verdade. Uma querença qualquer. Que não sei se há, se houve, se haverá. Fico ali. Então. Transitando em meio a vazios. Indeterminações. Ditos que não se dizem. Insinuações. Insinuam-se, as palavras. Dançam. Leves. Soltas. Envolventes. Perturbadoras. Tento também eu manipulá-las. Como me manipulam. Conduzem-me. Fazem-me crer. Desfazem, depois. Mesmo aqui. Agora. Solitário com elas. Fogem-me. Escapam-me por entre os dedos. Escorregadias. Contudo - penso - talvez as indeterminações me prendem. Daí, intenção? Fico em dúvida. As palavras, sempre, dúvida. Desfazer o novelo? Há gatos à espreita. Nada é tão complicado. Mas eu ouviria: Nada é mais simples. Tudo está em de quem parte a querença. Em quem quer dar o passo de ousar uma outra interpretação.

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