sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre a decepção, e suas implicações nefastas.

563. Facilmente resignados. Não sofremos muito com desejos frustrados se ensinamos nossa fantasia a enfear o passado.

: pois se não, sabes. Mas e se não? Não soube. Ainda. Futuramente? O certo é o receio da queda. La chute, como Camus. Já outras vezes, como dito. Não tantas. Contáveis. Do receio, mas há certeza. Aprende-se isso com a queda. Com todas as quedas: certeza de que se cairá de novo. A menos que. Ronda-se como onça faminta. Selvagem. Violento. Comedido. Tão facilmente resignados? Fato: ele não provara do prato. Do contrário, . E então? Sabe-se da certeza da queda. Tenta-se? Arrisca-se? Espera-se mesmo sem esperança? Que mal há em procurar a saída em meio a um incêndio em que o fogo é frio e gélido? Todavia o gelo também queima. Também mata. Destrói. Lentamente. Consome. De dentro. Enfear o passado. Futilidade. Melhor: arrogância. Tente! Certamente conseguirá. Até o momento em que o passado olhar para você com olhos abismais, como ontem. Daí, novamente, la chute. O certo é o receio da queda? Não. Creio, antes: a queda, o certo. Ao menos agora. Circulocuções. Paráfrases para nada. Novamente: onça em cículos. Ou Jaguar, como Hughes. Mas as barras são oriundas dali mesmo, nós. Assim como os nós. Uns olhos, cabisbaixos. Outros, sorrateiros. Matreiros. Joviais e desconfiados. As palavras se escolhem como pérolas para um colar. Tudo é um contrato. Não como Rousseau previu, ou quis, ou pensou. Percebo idéias desconexas. Tudo desconexo, sem nexo, sem sexo. Todavia assim é. Ou quero que seja, o que dá no mesmo. Foi-se a coerência. Elementos coesivos? Não. Elementos corrosivos. Já 40 minutos passaram. Nada se disse. Nada se dirá. Devaneios. Devaneios. Devaneios. Percebo-me cada vez menos como ele, N. Cada vez mais eu mesmo. Sozinho. Mas talvez ele quisesse isso. Quem sabe? Divaguei. Tudo o que poderia ser e que não será. Por razões tais. Lobo de si mesmo. Condenado. Prometeicamente condenado. De que adianta o fogo, se não há lenha?

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